Quando estudou nos Estados Unidos, o economista Alexandre Liuzzi ficava de mau
humor sempre que buscava os serviços de uma conhecida casa de câmbio para
receber ou fazer remessas ao Brasil. Os altos custos das taxas e dos spreads
cambiais o incomodavam tanto que, ao retornar ao país, associou-se a dois colegas
e criou a Remessa Online em 2016, com um modelo tecnológico desenvolvido por
blockchain, pelo qual, diz, é possível realizar uma operação de transferência com um
custo “até 50% inferior” ao dos grandes bancos. “Fechamos em menos de duas
horas operações para os EUA e países da União Europeia. Nos grandes bancos, o
tempo varia entre 48 horas e 72 horas”, diz Liuzzi.
Com foco em pessoas físicas e pequenas e médias empresas, a expectativa de Liuzzi
é fechar 2021 com R$ 14 bilhões em transferências internacionais – da fundação até
o ano passado foram R$ 11 bilhões. A fintech chamou a atenção dos investidores e,
em julho do ano passado, recebeu um aporte de R$ 110 milhões do fundo Kaszek
Ventures, um dos principais investidores do Nubank. Não por coincidência, as duas
instituições fecharam uma parceria, em agosto, pela qual os clientes do banco
realizam as suas transferências em moeda estrangeira por meio da plataforma da
Remessa Online, com um desconto de 10% na tarifa normal, que é de até 1,5% por
operação, valor este que inclui tanto o IOF como o spread interbancário.